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Foto do escritorJúlio Pegna

O FASCISMO E O GOLPE DE ESTADO

Operação Tempus Veritatis da PF mirou no fascismo


Imagem: Reprodução ANAJUS

A operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta, 8/2, apura a ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA que tentava um Golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para manutenção do então presidente da República no poder.

No final desta matéria você encontra a íntegra da decisão do Ministro Alexandre de Moraes que emitiu 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Apurações da Polícia Federal apontam para a existência de 2 eixos que a organização criou com vistas a atingir os objetivos do grupo.

O 1° eixo se encarregou de criar e distribuir a versão da ocorrência de fraude na eleição de 2022, mesmo antes do pleito, levantando dúvidas mentirosas sobre as urnas eletrônicas.

O 2° eixo atuou na prática de atos para a efetiva abolição do Estado Democrático de Direito através de um GOLPE DE ESTADO, com apoio de setores militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.


Gen Braga Neto, Gen Augusto Heleno e Anderson Torres

Os alvos da operação foram membros ativos do governo Jair Bolsonaro (2019-2022), civis e militares, sendo:

  1. General Braga Neto, Ex-Ministro e candidato a Vice Presidente em 2022

  2. General Augusto Heleno, ex-chefe do GSI

  3. Anderson Torres, ex-Ministro da Justiça

  4. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-Ministro da Defesa

  5. General Estevam Theóphilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército.

  6. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha.

  7. Valdemar Costa Neto, presidente do PL Partido Liberal

  8. Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, um dos pilares do “gabinete do ódio”.

  9. Ailton Barros, coronel reformado do Exército.

Os presos, entre os aliados próximos ao ex-Presidente, são:

  1. Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro.

  2. Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro.

  3. Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto.

  4. Rafael Martins de Oliveira, major do Exército.


Imagem: Reprodução ICL Notícias

Nossa frágil Democracia vive na sombra do Golpe de Estado. De tempos em tempos, grupos se organizam para destruir as conquistas da população mais necessitada, visando unicamente a manutenção de seus privilégios: se apoderar do orçamento público, como bem afirmou o sociólogo Jessé de Souza no livro A Elite do Atraso – Da Escravidão à Lava Jato (2017 Ed. Leya)

Foi assim em 1954, que levou ao suicídio de Getúlio Vargas, em 1964 que derrubou João Goulart, em 2016 no golpe parlamentar de destituiu a Presidenta Dilma Rousseff.

O fascismo esteve presente em todas essas ocasiões, com ou sem apoio militar, sempre sustentado por grupos conservadores sem qualquer responsabilidade com as consequências. A cada tentativa do cidadão brasileiro se organizar para eleger um governo progressista, fascistas ressurgem organizados e bem financiados, com sabe-se lá quais recursos, e colocam em prática suas vontades inconfessáveis.

Empresários, grandes veículos de imprensa nacional e internacional, banqueiros, parlamentares, religiosos e cidadãos comuns se unem em torno de um projeto de manutenção das desigualdades, que é, ao fim e ao cabo, a garantia de controlar o Estado e seu polpudo orçamento.

Mais recentemente, com a eleição de Bolsonaro em 2018, e com o fenômeno da disseminação de conteúdo nas Redes Sociais, o fascismo emergiu com mais força. Na onda bolsonarista, parlamentares e governadores da extrema-direita foram eleitos democraticamente, diga-se, e fizeram ecoar suas teses mais medievais sob o lema Deus, Pátria e Família.

Anti-aborto, homofobia, armas para todos, Fake News, racismo, uso privado das Instituições de Estado, misoginia, intolerância religiosa e violência em geral, um mix fascista sob o guarda-chuva da liberdade de expressão dividiu o país com o claro objetivo de impedir o livre exercício da Democracia.

Com forte atuação do Supremo Tribunal Federal, felizmente a lei está sendo cumprida. Apesar de tudo. E, pela primeira vez, militares estão sendo alvo de busca e apreensão e, até, de prisão preventiva.

Generais e Coronéis que se imaginava acima da lei, alvo da visita matutina da PF. TOC TOC TOC

Mas a pergunta que fica é: Quando o fascismo vai golpear novamente o Brasil?

Veja, abaixo, a íntegra do despacho de Alexandre de Moraes autorizando a Operação Tempus Veritatis.

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