Relatora da ONU está preocupada com “crescimento de células neonazistas” em SC
A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre racismo, Ashwini K.P., afirmou estar preocupada com o “crescimento de células neonazistas” no sul do Brasil, especialmente em Santa Catarina.
A pesquisadora e autora indiana, em visita oficial ao país entre 5 e 16 de agosto a convite do governo federal, esteve em Brasília, Salvador, São Luís, São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro.
Em sua passagem por Florianópolis, a relatora da ONU recebeu a Diretora executiva do Instituto Movimento Humaniza Santa Catarina, a ex Senadora por SC Ideli Salvatti, que entregou um documento relacionando as ações do Instituto no combate ao nazi-fascismo.
Diz o documento: "ressaltamos a importância da presença de Vossa Excelência no Estado de Santa Catarina para tratar de tema tão importante, uma vez que racismo estrutural margina as pessoas negras, pardas, indígenas e quilombolas, impedindo-as de se constituírem cidadãs em sua plenitude."
Durante sua viagem, Ashwini K.P. participou de reuniões com comunidades quilombolas e indígenas, membros do povo romani, movimentos sociais e representantes dos governos estaduais e federais.
As observações feitas por Ashwini K.P. sobre o crescimento de grupos neonazistas em Santa Catarina estará no relatório que será enviado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
“Estou chocada por saber da presença de grupos neonazistas disseminando discurso de ódio e crimes de ódio e também preocupada com relatos de islamofobia direcionados a migrantes, incluindo pessoas refugiadas e solicitantes de asilo, particularmente em Santa Catarina”, afirmou a indiana na declaração final da visita.
Segundo ela, em Santa Catarina “o discurso de ódio e o racismo não são abordados da mesma forma” do que nos outros estados do país.
“É um lugar onde há falta de política de cotas, falta de ação afirmativa. Há uma certa negação neste estado em relação a política antirracista e antinazista”, destacou.
A relatora especial da ONU também destacou sua preocupação com o “alto nível de ameaça contra defensores de direitos humanos”.
FONTE: DCM
Kommentare