Julgamento na Alemanha envolve mais oito réus e ocorre em Stuttgart
O ex-militar Rüdiger Wilfred Hans von Pescatore, que morou em Santa Catarina, está no banco dos réus da Justiça alemã nesta semana. Apesar da vida aparentemente pacata que levava em Indaial, no Vale do Itajaí, ele é acusado de integrar uma rede de extrema direita que planejava derrubar as instituições democráticas daquele país e tomar o poder em um golpe de Estado.
Pescatore está preso na Alemanha desde dezembro de 2022. Naquela época, ele tinha duas empresas ativas em Santa Catarina. Uma de consultoria empresarial, com sede em Pomerode, e uma representação de painéis solares, em Blumenau. O ex-militar chegou à região por volta de 2016 acompanhado da família e ficou até meados de 2020, quando teria se mudado para o Paraguai.
Além do antigo morador de Santa Catarina, outras oito pessoas estão sendo julgadas em Stuttgart. Conforme o g1, todos são acusados de fazer parte da chamada “ala militar” de um grupo denominado de “União Patriótica”. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal da Alemanha, eles planejavam, inclusive, a invasão armada do Bundestag, o parlamento alemão.
Qual a participação de Pescatore?
Como o NSC Total Blumenau mostrou na época da prisão de Pescatore, entre 1993 e 1996 ele comandou um pelotão de paraquedistas das Forças Armadas da Alemanha. O ex-militar teria sido afastado à época por suspeita de desviar armas. Depois que a prisão por conspiração veio à tona, antigos colegas de batalhão relembraram as acusações em um grupo de Facebook.
No Vale do Itajaí, quem teve contato com a família de Pescatore custa a acreditar na história. Exceto pelo envolvimento com teorias conspiratórias e negacionismo relacionado à Covid-19 — traço comum entre os membros do grupo, segundo a investigação alemã.
A operação desencadeada pela polícia da Alemanha em dezembro de 2022 foi descrita como a maior da história contra grupos extremistas. Cerca de 3 mil policiais foram acionados para cumprir mandados de busca e de prisão. Ao todo, mais de 50 pessoas eram investigadas. Entre os líderes detidos, além de Pescatore, estavam um descendente de uma das antigas monarquias alemãs, uma ex-parlamentar e outros ex-militares.
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