Editora da UFSC inaugura placa em homenagem ao escritor catarinense
José Flettes presidente da APUFSC e Ideli Salvatti, diretora do HSC
Nesta terça-feira, dia 30, completa-se 100 anos do nascimento do escritor, Salim Miguel. Em homenagem ao centenário do autor, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) descerrou nesta manhã uma placa comemorativa na entrada da Editora UFSC (EdUFSC). Além da contribuição para a literatura brasileira, na Universidade, Salim ocupou o cargo de diretor da EdUFSC por oito anos. O presidente da Apufsc-Sindical, José Guadalupe Fletes compareceu ao evento, que contou com a presença de Antônio, Sônia e Sérgio Miguel, filhos de Salim Miguel.
Outras autoridades também prestigiaram a cerimônia: Irineu Manoel de Souza, reitor da UFSC, Joana Célia dos Passos, vice-reitora, Eliane Santana Dias Debus, secretária da Secart, José Henrique Nunes Pires, coordenador do Departamento Artístico Cultural, José Carlos Pilatti, membro da Academia Catarinense de Letras, o vereador de Florianópolis Afrânio Boppré, a presidente do Movimento Humaniza SC, Ideli Salvatti e representantes dos gabinetes de Espiridião Amin e do Deputado Estadual Marquito.
Fotos: Imprensa APUFSC
Criada em 1980, Salim Miguel foi o segundo diretor a assumir a EdUFSC e o responsável por efetivar a construção do prédio da editora. Permaneceu no cargo de 1983 até 1991. Em uma entrevista à TV UFSC, em 2011, o escritor afirmou que graças ao apoio que recebeu dos reitores da época, pode estruturar alguns dos projetos básicos de uma editora. Salim, que também atuava como jornalista, já tinha passado pela assessoria de imprensa da Universidade.
Atual diretor da EdUFSC Waldir Rampinelli ressalta a contribuição do escritor. “Quando se fala nele, se fala em livros. Porque, além de escritor, ele foi um grande propagador da leitura. Por isso, nada melhor do que a gente começar homenageando os 100 anos de Salim Miguel na Editora da UFSC”, destaca. Ele acrescenta que nunca se publicou tanto quanto no período de Salim Miguel. Foram mais de 30 títulos por ano, de 1984 até 1986.
Filha de Salim Miguel, Sônia Miguel afirma que o descerramento da placa é a primeira de muitas homenagens ao centenário do pai. “Este ano, para a gente da família, aumenta a saudade, mas, ao mesmo tempo, é uma saudade legal de ver o quanto ele foi um cara generoso, o quanto ele trabalhava.” Sobre a passagem pela EdUFSC, ela lembra que Salim sempre teve a “preocupação de deixar legado, no sentido de ‘ok, eu sou passageiro, mas a editora tem que continuar’”.
Salim Miguel nasceu no Líbano, mas aos três anos se mudou para Santa Catarina, onde passou boa parte da vida. Faleceu em 2016, tendo publicado mais de 30 livros. O último, com o título “Nós”, pela EdUFSC. Recebeu o título de melhor romance do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1999, o prêmio Zaffari&Bourbon de melhor romance brasileiro publicado entre 1999 e 2000 e o prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras.
Na UFSC, Salim foi homenageado com o título de Doutor Honoris Causa, em 2002 e em 2005, o Hospital Universitário criou uma sala de leitura com o nome do autor. Ainda, em 2010, a Secretaria de Cultura, Arte e Esportes (Secarte) e a EdUFSC criaram o Concurso Salim Miguel (Romance), em comemoração aos 50 anos da UFSC, que ganhou uma segunda edição em 2016.
Além do descerramento da placa na EdUFSC, outros eventos estão previstos para o longo do ano em todo o Brasil, em homenagem ao escritor, jornalista, roteirista e crítico literário. Segundo a família, a programação pode ser conferida no site salimmiguel100anos.com.br. Já a Editora da UFSC planeja publicar parte da obra de Salim Miguel em e-book, além de dedicar a 2ª Feira do Livro EdUFSC Convida ao escritor, que deve acontecer no meio do ano.
Obra Literária de Salim Miguel
Velhice e outros contos (1951), Alguma gente (1953), Rede (1955), O primeiro gosto (1973), A morte do tenente e outras mortes (1979), A voz submersa (1984), Dez contos escolhidos (1985), O castelo de Frankenstein, anotações sobre autores e livros (1986), A vida breve de Sezefredo das Neves, poeta (1987), As areias do tempo (1988), O castelo de Frankenstein, II (1990), As várias faces (1994), Primeiro de abril, narrativas da cadeia (1994), As desquitadas de Florianópolis (1995), Onze de Biguaçu mais um (1997), Variações sobre o livro (1997), As confissões prematuras (1998), Nur na escuridão (1999), Apontamentos sobre meu escrever (2000), Eu e as corruíras (2001), Mare Nostrum (2004), As cartas d’Africa e alguma poesia (2005), O sabor da fome (2007), Minhas memórias dos outros escritores, anotações sobre autores e livros (2008) e Jornada com Rupert (2008).
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